Fico observando meus textos antigos, românticos, com versos, com carinho. Interessante como o tempo mexe com a gente. Não diria que muda, que transforma, mas apenas que dá uma embaralhada na sua estrutura e acrescenta mais bagagem. Não acho que aqueles sentimentos não existam mais em mim, que eles tenham morrido com o tempo, com a idade. Acredito, sinceramente, que eles ainda estão aqui, mas de outra forma, em outra ordem, se exteriorizando de maneira diferente. Mas não nego que gostaria que eles voltassem a se manifestar daquele jeito.
É nessa hora que a gente vê que os nossos sentimentos não dependem só da gente, dependem das pessoas com quem nos relacionamos, do momento em que vivemos e que, portanto, não podemos carregar a culpa por algo que não deu ou não esteja dando certo.
Existem diversas conjunturas que fazem algo dar certo ou não, seja emprego, amizade, namoro, casamento, enfim. Diversos fatores devem se interligar para a engrenagem funcionar de forma harmoniosa e não temos como controlar isso. É quando a mão e a vontade de Deus entram em cena e o nosso querer humano vai para escanteio.
O lado ruim é que nos sentimos incapazes, frustrados e impotentes. O lado bom é que, se confiarmos em Deus, não vamos deixar esses sentimentos ruins tomarem de conta da nossa mente nem do coração.
Eu sei que é ruim ver tudo desmoronando em algum setor da sua vida, ou em todos os setores, e você não poder fazer nada. Como é ruim enxergar o problema e não ver a solução.
Mas sabe de uma coisa? O otismo recomenda que fiquemos felizes só por enxergarmos o problema. Isso mesmo. Como é bom identificar o que está errado na sua vida, o que está lhe tirando do eixo, o que já não lhe acrescenta mais. Isso é tão valioso.
Quantas pessoas vivem alienadas? Sem consciência do erro que estão cometendo, da desordem em que estão vivendo, do mal que estão permitindo que façam em suas vidas?
Como é grandioso reconhecer os problemas.
As soluções? Estas só Deus com o seu instrumento "tempo" será capaz de dar. Não digo isso para sermos inertes, deixarmos as coisas como estão porque o "tempo resolve". Digo isso para que não nos aflijamos nem ajamos precipitadamente. Para que não pontecializemos todas as nossas atenções na busca de soluções, pois corremos o risco de ficarmos desorientados e acharmos respostas onde não existe.
Digo isso, ainda, para que não nos sintamos tão mal por conhecermos nossos maiories problemas e não sabermos como resolvê-los.
Para alcançarmos a paz e a serenidade não precisamos ter uma vida perfeita, sem adversidades. Precisamos apenas olhar para ela de forma diferente, por outro ângulo.
Sei que parece clichê ou então uma autodefesa, uma fuga para não sofrer. Pode até ser, mas se é esse pensamento que me mantém distante do desespero, da ansiedade ou depressão, prefiro ficar com ele. ;)
Paula Cortez
domingo, 25 de março de 2012
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