sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Uma leve falta de inspiração, consequência da falta de tempo para olhar para mim mesma, refletir sobre minha vida.
No momento, estou sendo levada pela correnteza.
Acho que quando parar para "colocar o papo em dia" comigo mesma a conversa vai ser longa, muita coisa para botar em dia, dá até medo do que vai sair.

Mas, até lá, vou continuar me deixando levar pelo ritmo da vida e agarrando as várias oportunidades que ela vem me dando, graças a Deus.

=)

PaulaCortez

domingo, 14 de setembro de 2008

Para o Meu Pedacinho de Amor.



Quero cada pedacinho meu preenchido com poesia, beleza, sorrisos, beijos doces, abraços apertados, sonhos mais lindos, lágrimas de felicidade, pequenas doses de saudade, brilho no olhar, coração acelerado, respiração ofegante, frio na barriga.


Cada pedacinho da minha vida repleto de amor.



PaulaCortez

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Agora em silêncio

"Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou, se entender, não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de carinho e boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, pára de dar carinho e corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.


Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava haveria de existir em algum lugar do planeta! Haveria de existir! Nem que este lugar fosse apenas dentro de mim... Mesmo que ele não existisse mais em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, um banquinho cheio de almofadas coloridas e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banquinho do nosso amor, o nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a quantos anos, não sei, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.


No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha arte será uma grande mentira, as minhas histórias de amor serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote, é a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.


Agora em silêncio, tentando ensinar dragões a nadar. "
Rita Apoena.
Entendi e não desaprovei. Mas essas palavras mexem, cutucam e bagunçam.
Merecem um longa pausa para refletir sobre elas.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Talvez.

Acho tão estranho quando tudo ao meu redor está tão pesado e eu me sinto tão leve.
Vem logo aquela sensação de obrigação em compartilhar. É verdade que em outros tempos seria a primeira a carregar o peso de outros, não me bastaria ajudar com palavras, conselhos e orações, eu sofreria junto, choraria junto, teria insônia junto.
Mas não sei o que me acontece, não sei se estou ficando egoísta, mas o fato é que não quero sentir as dores alheias. Talvez seja conseqüência de sofrimentos passados, meus e aqueles alheios que muito me envolvi ou talvez seja algum presságio e eu esteja me poupando inconscientemente para algo muito sério que virá.
Não sei. Prefiro não pensar.
Acho que é minha confiança em Deus que está maior. Penso que não há nada que eu possa fazer por alguém que chegue aos pés do que Deus fará, o máximo que posso ser é instrumento Dele, e para isso estou a postos, mas sempre participando de fora. Olhando de fora, talvez assim até veja melhor.
Eu só quero me dar ao luxo de curtir minha leveza, sonhar meus sonhos, curtir o meu tempo, seguir o meu ritmo.
Talvez esse texto seja um desencargo de consciência.
Talvez seja um atestado de que não estou tão indiferente assim, já que estou me explicando.
Talvez minha leveza nem seja mais a mesma.
Não sei.
Só sei que simplesmente não quero pensar nisso.

PaulaCortez

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

"Era ainda jovem demais para perceber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a esse artifício conseguimos suportar o passado."
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"Era outro, a despeito do seu propósito firme e seus esforços ansiosos de continuar sendo o mesmo que tinha sido antes do tropeção mortal do amor.
A verdade é que jamais tornaria a ser. Recuperar Fermina Daza foi o objetivo único de sua vida...".
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"No ócio reparador da solidão, em compensação, as viúvas descobriam que a forma honrada de viver era à mercê do corpo, só comendo por fome, amando sem mentir, dormindo sem ter que fingir que dormiam para escapar à indecência do amor oficial, donas por fim do direito a uma cama inteira só para elas, na qual ninguém lhes disputasse a metade do lençol, a metade do ar de respirar, a metade da noite, até que o corpo se fartava de sonhar seus sonhos próprios, e despertava só."
"O Amor nos Tempos do Cólera."
Gabriel García Márquez.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O vício.

De início foi com toda sede ao pote. Mergulhou de cabeça. Deu tudo de si.
Embriagou-se de prazer.
Depois, sentiu a mais forte das ressacas, uma dor que não podia imaginar.
Viu que as coisas não eram mais como antes. E nem poderiam ser.
Sofreu.
O rumo que tudo tinha tomado era novo e a sensação que tanto buscara, não era mais a mesma.
E o que fazer?
O vício persistia.
Como a vontade continuava, ia, mas a ressaca era cada vez pior.
Sofreu.
Viu que não dava mais para ser assim, tinha que lutar contra o vício. E tinha que ser rápido, antes que se acostumasse com as dores.
Lutou.
Primeiro viu que não podia se dar ao luxo de ser radical.
Tentar cortar de uma vez por todas não foi uma boa idéia, a dor da abstinência era maior que a da ressaca.
Então foi diminuindo a freqüência.
Diminuindo.
Diminuindo.
Cada vez mais.
Foi conhecendo outros prazeres e passou a não ver mais graça nem sentido naquele que dava tanta ressaca.
Em um belo dia, com as nuvens mais brancas e o sol mais amarelo no céu mais azul, viu que era hora de despir-se do preto e colocar o branco para colorir.

PaulaCortez

É tempo.


De me encontrar nas palavras, me perder com histórias, me encantar com Rita Apoena, suspirar com Florentino Ariza, rir do Chandler, perder a paciência com Ross e Rachel.
Acordar durante o pôr-do-sol e dormir quando ele estivar voltando.
Desejar mais García Márquez e enlouquecer com Almodóvar.
Me encontrar com todos os filmes e todos os livros que há tempos marquei um encontro e por meses me atrasei, mas que de tão fiéis até hoje me esperam.
É tempo de guardar a razão no bolso e deixar a emoção dominar o todo.!
Deixar um pouco o Direito de lado e curtir o esquerdo da vida.
É tempo.
Por pouco tempo...
Paula Cortez